sábado, 24 de setembro de 2011

Mantega antecipa retorno ao Brasil após reunião do FMI (Postado por Erick Oliveira)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, antecipou na tarde deste sábado (24) seu retorno ao Brasil após participar da reunião do comitê financeiro e monetário do Fundo Monetário Internacional, em Washington. Segundo o ministro, o retorno antecipado é necessário para o caso de haver "alguma volatilidade maior em algum mercado". Mesmo assim, ele ressaltou que a situação do Brasil é "calma".
"Nós precisamos estar lá, porque se houver alguma volatilidade maior em algum mercado, temos que tomar decisões. Mas a situação no Brasil está calma", disse o ministro, após reunião do Comitê Monetário e Financeiro (IMFC), na sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington.
Mantega deveria retornar apenas neste domingo (25) para o Brasil, mas mudou a agenda e irá embarcar ainda neste sábado. Mesmo assim, ele afirmou que a antecipação do retorno não tem qualquer relação com a possibilidade de o governo anunciar medidas para fazer frente à crise internacional. Na segunda-feira (26)  o ministro se encontra com a presidente Dilma Rousseff e lideres da base governista no Congresso para reunião de Coordenação Política.
"O Brasil, neste momento, não precisa tomar medidas além daquelas que já estamos tomando", afirmou.
O ministro lembrou que o governo já faz consolidação fiscal e que o Banco Central reduziu a taxa de juros em função da crise internacional. Segundo Mantega, o governo só tomará medidas se a crise externa se agravar.
"Até agora nós não fomos atingidos por nenhuma consequência maior da crise, além da flutuação cambial grande dos últimos dias. [...] Mas a flutuação cambial já foi acomodada e [a moeda] foi para um patamar mais tranquilo", avaliou.
Após disparar ao longo da semana, o dólar no balcão fechou ontem em queda de 3,56%, a R$ 1,8420. Na sexta-feira (23), Mantega havia dito que não há nenhuma decisão tomada para reverter a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 1% sobre operações com contratos de derivativos cambiais realizados no País.
"Não se trata de voltar atrás ou ir à frente, porque nós estabelecemos medidas regulatórias, que são feitas justamente para isso: colocar e tirar. Estamos sempre olhando todas as possibilidades, mas não há nenhuma decisão tomada nesse sentido [de tirar]", afirmou.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

FMI baixa previsão de crescimento da economia mundial (Postado por Erick Oliveira)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) baixou nesta terça-feira (20) suas previsões de crescimento da economia mundial, que continua lento em função de sua considerável fragilidade. A instituição indicou em suas previsões semestrais reunidas no relatório de Perspectivas WEO (World Economic Outlook) que, se os dirigentes ocidentais mantiverem seus compromissos, o crescimento da economia mundial poderá alcançar 4,0% em 2011 e uma cifra similar em 2012.
No entanto, previu que, se o compromisso não for mantido, Europa e Estados Unidos poderão voltar a entrar em recessão.
Para o Brasil, o FMI fez uma revisão para baixo da perspectiva para este ano, que caiu de 4,1% para 3,8%. Para 2012, o FMI manteve a previsão de crescimento de 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Segundo o relatório, o Brasil terá o segundo menor crescimento na América do Sul neste ano, ficando atrás somente da Venezuela (com previsão de 2,8%) e abaixo da média da região, de 4,9%.
"A atividade se debilitou consideravelmente", assinalaram os economistas do FMI, recordando que foi "surpreendentemente frágil durante o segundo trimestre".
O FMI se mostra particularmente preocupado com o Ocidente.
Em relação a junho, as previsões foram fortemente reduzidas para os Estados Unidos.
O crescimento da principal economia mundial apenas chegará a 1,5% em 2011 e a 1,8% em 2012, escreve o FMI em suas previsões difundidas antes da assembleia da instituição esta semana.
No caso da Europa, as perspectivas são de 1,6% de crescimento em 2011 contra os 20% previstos até agora.
ÁsiaO crescimento mundial será impulsionado principalmente pelos países asiáticos em desenvolvimento, que poderão crescer até 8,2% este ano e por outras economias emergentes.
Não estão previstas melhorias até o fim de ano nem para o início de 2012, segundo o FMI, que prevê "um crescimento fraco em curto prazo".
O Fundo insistiu que se as promessas dos dirigentes políticos ocidentais não forem cumpridas e os mercados se virem ainda mais sacudidos, "as grandes economias em desenvolvimento poderão voltar à recessão".